Hit no Instagram, suas produções fashion ganham poder com obras de arte de galerias e museus icônicos
A arte e a moda sempre estiveram em plena comunhão. Desde o vestido Mondrian, de Yves Saint Laurent, inspirado no famoso quadro Composição com Vermelho, Amarelo e Azul (1921), de Piet Mondrian, à coleção vibrante da Louis Vuitton em parceria com a artista plástica Yayoi Kusama, conhecida por suas famosas bolinhas. O cenário, portanto, é recheado de repertório e trocas entre as duas áreas. Dessa observação, Pari Ehsan, ou como é conhecida nas redes, Pari Dust, faz produções de moda dignas de editoriais de grandes publicações do ramo, meio à obras de arte importantíssimas das mais variadas galerias ao redor do mundo.
“Comecei
a explorar o conceito por meio da colagem, usando recortes de design,
arte e editoriais de moda”, comenta ela, em entrevista exclusiva à Casa Vogue. “Um dia, sem querer estava usando uma roupa que combinava perfeitamente com uma tela de Helen Frankenthaler, na Gagosian Gallery. Aí que a ficha caiu e percebi que podia trazer o que estava no papel para a vida real.”
Formada
em arquitetura, Pari se mudou de Indiana para Nova York, um dos pólos
culturais mais importantes do mundo e, na cidade que nunca dorme,
conheceu galeristas, estilistas e artistas de renome, que acabaram
influenciando seu trabalho. “Meu processo criativo envolve muitas
coisas. Tudo o que está ao meu redor, seja música, natureza, arte ou
arquitetura, e que me faça sentir algo, me inspira”, explica. A rotina
criativa envolve passeios diários aos mais variados locais de expressão
artística, assim como viagens e muita pesquisa.
O
projeto, que começou em 2013, busca, principalmente, apoiar os artistas
e divulgar a arte como forma de expressão transcendental, para além da
mera observação no museu. O poder das redes sociais não só alavanca o
trabalho de Pari, mas também proporciona um repertório cultural para os
que a seguem e não tem a oportunidade de conhecer de perto uma obra de Pierre Paulin, por exemplo. Tamanha é a influência e originalidade da americana, que o seu site foi indicado ao prêmio CFDA
logo quando foi ao ar. “Eu acredito no poder redentor da arte e me
esforço ao máximo para representar o pensamento livre e expansivo que
ela proporciona”, resume ela.
A atmosfera singular do conteúdo de Pari Dust ganhou os olhos de estilistas importantes, como Karl Lagerfeld, da Chanel, e Consuelo Castiglioni, da Marni. Além, claro, de convites das galerias de arte mais diferenciadas do mundo. “É difícil escolher um lugar preferido que estive. O cenário de arte criado por Donald Judd no Chinati Foundation, em Marfa, no Texas, foi um dos locais que visitei que mais me impressionou”, relembra. A sua última viagem, à Berlim, também foi revigorante em todos os sentidos. “A König Galerie na capital alemã se tornou uma das minhas galerias preferidas. Gosto de lugares que misturam a arquitetura antiga com arte contemporânea, a sensação de entrar em um lugar histórico porém renovado é a tradução de sonho estético para mim.”
A escolha das peças para os shootings é feita de maneira orgânica e intuitiva. “Penso nas texturas da obra de arte, cores usadas e a forma. Assim consigo pensar em um styling que converse com a arte de maneira mais completa e aprofundada”, explica ela. Esse diálogo único entre ambos os mundos ainda proporciona a Pari a oportunidade de se sentir completa consigo mesma em outros níveis, além do físico. “Me vestir inteira e posar ao lado de grandes obras me faz sentir fora de meu próprio corpo para me transformar em um criatura ou personagem que quer entrar na arte”, reflete ela. Uma real conexão do interno com o externo, em uma linguagem visual inesquecível.
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