Andrea e José Olympio Pereira inauguram espaço repleto de trabalhos contemporâneos
Não é de hoje que Andrea e José Olympio Pereira acreditam na arte brasileira. Lá se vão décadas desde que o casal seleciona cuidadosamente cada obra da sua preciosa coleção, que iniciou moderna e ganhou força quando passaram a olhar com mais carinho para os contemporâneos. Preciosa não pelo valor financeiro, mas pelo fato de as escolhas serem feitas por paixão, empatia e confiança mesmo – nunca como um jogo de mercado.
Há cerca de 20 anos os dois se depararam comum “problema” não raro entre colecionadores: faltavam paredes para tantos trabalhos, embora eles não quisessem parar de comprá-los. Por isso, adquiriram em 2001 um apartamento na Avenida São Luís, em São Paulo, que pertenceu ao amigo e marchand Marcantônio Vilaça. Com a ajuda do arquiteto Felippe Crescenti, transformaram o lugar em um espaço expositivo para exibir peças de jovens que eles começavam a amealhar na época: Adriana Varejão, Ernesto Neto, Beatriz Milhazes, Iran do Espírito Santo, Janaina Tschäpe.
Como todo colecionador é um pouco compulsivo, a São Luís também ficou pequena: “Deixávamos parte do acervo em um depósito, mas obra de arte precisa respirar”, explica Andrea, que mês passado inaugurou com o marido um galpão na Lapa, aberto para estudantes e convidados, onde montará mostras com suas posses. O primeiro recorte, feito pelo curador Paulo Miyada, ficará em cartaz por um ano. O fio condutor? A própria abrangência de gerações e linguagens, com destaque para a sala que reúne Tunga, Ivens Machado, Solange Pessoa, Nuno Ramos, Odires Mlászho, Anna Maria Maiolino e Leonilson. Chance única de visualizar a potência da arte brasileira.
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