quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

MASP dedicará 2020 às histórias da dança

Nicolas Poussin

Todos os anos, o MASP organiza a sua programação em torno de “histórias”, noção que abarca histórias reais, fictícias, relatos pessoais e históricos —de maneira aberta e plural. Entre os eixos e exposições passadas, estão Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018) e Histórias das mulheres, histórias feministas (2019). Em 2020, o museu terá como ciclo temático Histórias da dança, que servirá de base às atividades de mediação e programas públicos, como palestras, cursos e oficinas, e às monográficas de Hélio Oiticica, Trisha Brown, Senga Nengudi, Mathilde Rosier, Edgar Degas e Beatriz Milhazes, além de uma coletiva internacional homônima ao eixo curatorial.

O ciclo Histórias da dança se insere no debate atual sobre a presença de corpos em movimento em instituições de arte. A discussão deu forma aos seminários preparatórios para o eixo, realizados pelo MASP neste ano e no ano passado. Um terceiro será realizado em fevereiro de 2020, com curadores, artistas e acadêmicos. O ciclo temático, como o debate que o alimenta, evidencia as estreitas relações, cruzamentos e diálogos entre artes visuais e dança. A representação do corpo em movimento, suas posturas, ritmos e pulsações, tem sido de grande interesse para artistas plásticos ao longo da história. São muitos os momentos em que dançarinos e artistas colaboraram estreitamente, como no caso dos experimentos feitos na Judson Church, em Nova York, onde se formou um coletivo de dançarinos, compositores e artistas visuais, de 1962 a 64. Com Histórias da dança, o MASP propõe a sua contribuição à reflexão sobre as possíveis trocas e influências entre os dois campos.

A exposição coletiva que levará o título do eixo curatorial foi concebida a partir de questões de base dentro desse diálogo. “O projeto busca, a partir das artes visuais, propor uma reflexão sobre o que é dança e quais corpos dançam. Que corpos são esses e o que os move?”, diz Olivia Ardui, curadora assistente e uma das responsáveis pela curadoria da mostra, ao lado de Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, e de Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte de moderna e contemporânea. A exposição trará pistas para pensar as diferentes implicações do que é dançar: dançar para ser, dançar para lembrar, dançar para resistir e (r-)existir.

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