As obras e fatos curiosos sobre o artista
Conheça a vida, obras e curiosidades sobre o pintor

Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participou da elite intelectual brasileira da década de 30, uma época em que se verificava uma notável mudança da atitude estética e na cultura do país, demonstrada na Semana de Arte Moderna de 1922.

- Social (O Lavrador de Café; Os Retirantes)
- Cultural (Festas folclóricas e brincadeiras infantis)
- Religioso (Último Baluarte)
- Histórico (O Descobrimento; A Primeira Missa)
Trajetória artística, conquistas e premiações
Em 1928, conquistou o Prêmio de “Viagem ao Estrangeiro” da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Foi para Paris (França), onde permaneceu durante todo o ano de 1930. Voltou ao Brasil em 1931 e retratou em suas telas o povo brasileiro, superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista e antiacadêmica moderna.Em 1935, obteve seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções, intitulada “Café”, retratando uma cena da colheita típica de sua região de origem.

Acesso em: https://virusdaarte.net/portinari-cafe/
No final da década de 30, a projeção de Candido Portinari nos Estados Unidos foi consolidada. Em 1939, ele executa três grandes painéis para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York. Neste mesmo ano o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela “O Morro”.

Acesso em: https://www.flickr.com/photos/projetoportinari/5297598845/
Em 1941, Portinari executou quatro grandes murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, com temas referentes à história latino-americana. De volta ao Brasil, realizou, em 1943, oito painéis conhecidos como “Série Bíblica”, fortemente influenciado pela visão picassiana de “Guernica” e sob o impacto da 2ª Guerra Mundial.
Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, iniciou as obras de decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), destacando-se o mural “São Francisco” e a “Via Sacra”, na Igreja da Pampulha.
A escalada do nazi-fascismo e os horrores da guerra reforçaram o caráter social e trágico de sua obra, levando ele a produzir as séries “Retirantes” e “Meninos de Brodowski”, entre 1944 e 1946, e a se engajar na militância política, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro e candidatando-se a deputado, em 1945, e a senador, em 1947. Ainda em 1946, Portinari voltou a Paris para realizar sua primeira exposição em solo europeu, na Galerie Charpentier. A exposição teve grande repercussão, tendo sido Portinari agraciado, pelo governo francês, com a Légion d’Honneur.

O final da década de 40 assinalou o início da exploração dos temas históricos por meio da afirmação do muralismo. Em 1948, Portinari exilou-se no Uruguai, por motivos políticos, onde pintou o painel “A Primeira Missa no Brasil”, encomendado pelo banco Boavista do Brasil.

Em 1952, atendendo a encomenda do Banco da Bahia, realizou outro painel com temática histórica, “A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia” e iniciou os estudos para os painéis “Guerra e Paz”, oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os painéis, medindo cerca de 14m x10m cada – os maiores pintados por Portinari.

381.00 cm x 580.00 cm.
Acesso em: https://peregrinacultural.wordpress.com/2014/08/18/a-chegada-da-familia-real-texto-de-paulo-setubal/
5 das principais obras de Candido Portinari

Criança Morta (1944) 182x190x3.5 cm.
Acervo do MASP
Acervo do MASP

Lavrador de café (1934) 100x81cm
Acervo do MASP
Acervo do MASP

Enterro na rede (1944) 180.5×220.7×2.5 cm
Acervo do MASP
Acervo do MASP

O Mestiço (1934) 81 cm x 65 cm
Acervo Pinacoteca do Estado
Acervo Pinacoteca do Estado
10 Curiosidades sobre Candido Portinari
1. O pintor é o segundo de doze irmãos. Seu apelido era Candinho.2. O artista só cursou o primário. Certa vez, quando ainda estava na escola, Portinari desenhou um leão em sala de aula. A obra foi tão comentada entre professores e alunos que ele foi obrigado a desenhar a capa de todas as provas que seriam expostas no final de ano.
3. Aos 9 anos pintou o teto da igreja de sua cidade. 4. O nome mais popular da arte brasileira criou cerca de 4.500 obras em 40 anos de trabalho.
5. O artista costumava aumentar o tamanho do corpo de seus personagens para valorizar o trabalhador brasileiro.
6. Pintou temas de denúncia social, mas também se dedicou a temas líricos. Só deixou de pintar por causa da intoxicação causada pelas tintas.
7. Seus painéis para a igreja da Pampulha criaram uma batalha político-religiosa centrada no São Francisco pintado por Portinari, considerado extravagante e anti-religioso. A igreja foi inaugurada em 1945, mas ficou fechada durante 14 anos.
8. Em 1956, Cândido Portinari pintou os murais Guerra e Paz para a sede da ONU, em Nova York.
9. Ele foi o único artista brasileiro a participar da exposição 50 Anos de Arte Moderna, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958.
10. Entre os trabalhos de Portinari no exterior estão os três grandes painéis para a Feira Mundial de Nova York (1939) e os quatro painéis para a Biblioteca do Congresso (1942), em Washington. Ele também realizou uma exposição individual no MoMA, em Nova York (EUA), uma na Galerie Charpentier, em Paris (França), e uma mostra itinerante em Israel.

Acesso em: https://www.wikiart.org/en/candido-portinari/coffee-harvest-1958
Projeto Portinari
Após a morte de Candido Portinari, o jornal O Globo publicou:“Portinari, o pintor. Um famoso desconhecido. Mais de 95% da obra do maior pintor brasileiro contemporâneo hoje é inacessível ao público, guardada em coleções particulares. O que foi feito do trabalho de um homem que, durante toda a sua vida, exprimiu emocionadamente a alma, o povo e a vida brasileira?”Em 1979 nasce o Projeto. Seu diretor, João Candido, dirigindo-se ao pai em carta-prefácio póstuma, declara:
[…] é como brasileiro que me sinto no dever de trabalhar para que todos possamos nos reencontrar com tua obra e, através dela, com nós mesmos.O projeto tem, além disso, como objetivos:
- Contribuir para uma maior compreensão do processo histórico cultural brasileiro
- Realizar uma busca de nossa identidade cultural
- Preservar a memória nacional
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