Arte de rua como forma de entendimento da civilização
Galerista Luis Maluf, da Luis Maluf Art Gallery, acredita no grafite e na pichação como expressão geracional
Após
inúmeras polêmicas em torno do assunto grafite, principalmente em São
Paulo, por conta das ações do projeto Cidade Linda, a forma de arte
voltou a ser pauta em todas as rodinhas de conversa, fossem elas entre
amigos ou no ambiente de trabalho. Para Luis Maluf, criador da Luis Maluf Art Gallery,
a vertente artística sempre foi motivo de estudo e admiração. Hoje, aos
28 anos e a frente de mais dois projetos, Luis Maluf Art Lab e Luis
Maluf Art Gallery Pop Up, ele defende o grafite como expressão, e não só
dessa geração.
“A
necessidade do homem de se comunicar não é de hoje. Desde o paleolítico
os escritos nas cavernas representavam alguma coisa para as pessoas que
ali pintavam”, comenta Luis. A comparação feita ainda tem um paralelo
com o comportamento natural do ser humano, “só dar um giz para uma
criança, ela vai direto na parede brincar”. Partindo desse ponto, o
empresário paulistano de 28 anos - ele se aprofunda nos estudos da arte
há oito -, criou a galeria homônima no charmoso bairro dos Jardins, em
São Paulo.
O
ponto de encontro entre o grafite e a pichação, segundo ele, é dentro
do espaço, idealizado para ser um ambiente de democratização da arte
contemporânea e expressão livre da poética de cada artista. “O grafite é
uma arte que gira em torno dos acontecimentos políticos, sociais e
econômicos, gosto de colocar os temas em discussão.” Entre os novos
olhares representados por ele, Caligrapixo (Kamikaze), Cranio (Fabio
Oliveira), Flávio Rossi, Francisco Rosa, Gazediel, Pedro Pezte, Vermelho
Steam e Vini Parisi.
Consciente
de que o grafite se tornou algo mais comercial, Luis Maluf defende a
forma de expressão como genuína de São Paulo. “Tem uma relação forte com
a arquitetura da cidade e ainda brinca com as perspectivas horizontais e
verticais da capital.” Contudo, também reconhece que a briga por espaço
e reconhecimento não é de hoje, mas acredita nos artistas e suas obras
como um marco na história, algo como uma documentação para posterior
entendimento da geração contemporânea.
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