sexta-feira, 15 de janeiro de 2016


História da Arte Brasileira

Para que possamos conhecer a história da arte brasileira é preciso que a gente compreenda como se deu a relação entre os europeus, ao chegarem no Brasil, e os povos indígenas. Estes últimos detinham conhecimentos milenares, como a arte plumária, a arte cestaria, a arte musical e a arte de pintura corporal.

A arte indígena é a continuação das pinturas e demais manifestações da arte rupestre, ou seja, pré-histórica. Os índios ornamentavam seus corpos à base de 3 cores principais: a vermelha, feita com sementes de urucum, a preta, extraída do jenipapo e a branca, extraída da tabatinga. Essas pinturas permitiam que cada membro da tribo pudesse ser identificado de acordo com o grupo social que ele pertencia. Portanto, o “povo comum”, os guerreiros e os nobres tinham suas respectivas pinturas.


Os povos indígenas procuravam se diferenciar dos animais, modificam parte da natureza para criarem suas próprias culturas e crenças. Os signos e padrões geométricos das pinturas, a cerâmica utilizada no dia-a-dia, as estátuas, as maracas e os enfeites de plumas não cumpriam o mesmo papel e conceito que temos de arte, meramente decorativo. Para os índios, tudo havia um motivo, toda a arte cumpria seu papel ritualístico sagrado.

Os colonizadores não enxergavam o que os índios faziam como arte, devido à diferença entre as visões dos povos. Para os europeus a arte indígena não era muito importante, quanto menos valorizada, ao contrário de hoje em dia. O Brasil era uma terra desconhecida para os colonizadores, servindo como um lugar onde os degredados eram trazidos como forma de sofrerem uma punição. O território foi explorado por aventureiros e colonizadores que queriam obter lucros através da extração de pedras preciosas, plantas e novas terras.




Algo que influenciou a civilização brasileira foi também o contato entre os jesuítas e os índios. Os colégios foram as primeiras escolas brasileiras de belas artes. A arte dos jesuítas, dotada de um espírito religioso profundo, contava com afrescos em paredes, a pintura têmpera e a tinta à base de óleo. Esse tipo de arte recebia influência direta dos estilos artísticos europeus, como o Barroco. Os desenhos, gravuras, estampas e pinturas dos artistas – quase sempre autodidatas – feitos no Brasil dependiam dos religiosos que traziam as obras e os estilos de arte da Europa.

No ano de 1637, durante a Missão Holandesa, as terras brasileiras receberam Maurício de Nassau, cuja intenção de sua vinda era a de trazer melhorias para o ambiente cultural do Brasil. Maurício de Nassau trouxe homens cultos e protestantes – assim como ele era – com a motivação de retratarem a colônia portuguesa, ganhando a antipatia dos jesuítas. Muitos holandeses se fixaram na região do Nordeste. As obras geralmente retratavam os nativos, a flora, a fauna e as regiões rurais do Brasil.


Ruínas de São Miguel Arcanjo, no RS

O período Barroco no Brasil teve seu desenvolvimento entre os séculos XVIII e XIX, quando o Barroco europeu já estava em declínio. Há certas diferenças entre o estilo Barroco de acordo com as regiões. As que obteram seu enriquecimento através da exploração da mineração e da comercialização de açúcar -como o RJ, a BA e MG – apresentam obras com detalhes e acabamentos melhores. As regiões menos ricas, por sua vez, apresentam um estilo Barroco mais modesto.

O Barroco no Brasil

Durante o processo de colonização no Brasil, os jesuítas eram os responsáveis pelo ensino artísticos. Devido às diversas nacionalidades, houve uma grande contribuição para o Barroco Brasileiro, fato que contribuiu para o enriquecimento do estilo. Muitas obras de arte dessa época são anônimas, pois ainda não havia a importância ao artista que há hoje. A arte possuía sentido, causa e temas religiosos, marcando presença principalmente na arquitetura, com pinturas e imagens sacras talhadas em madeira, argila e pedra-sabão.
As igrejas de estilo Barroco apresentavam uma arquitetura modesta na parte de fora, mas seus interiores eram ornamentados e cobertos com ouro. O Aleijadinho é um dos nomes artísticos dessa época que mais se destacam.


Decoração Barroca

O Barroco em Minas Gerais


Por Minas Gerais ser um estado afastado do litoral e repleto de montanhas, o estilo Barroco nessa região precisou adotar soluções condizentes com a sua condição, o que criou aspectos originais no estilo. O artista autodidata Aleijadinho, nascido em Ouro Preto, se destacou na escultura, projetando a Igreja de São Francisco de Assis. Seu pai, o arquiteto Manuel Francisco Lisboa, ensinou o ofício ao seu filho, e também projetou uma igreja, a Igreja da Ordem Terceira do Carmo.


Igreja Barroca em MG

Devido ao relevo acidentado de Minas Gerais, a arquitetura barroca nessa região acabou urbanizando as cidades de uma forma bastante atraente. As igrejas eram construídas nos lugares mais altos, para que todos pudessem vê-las constantemente – uma das formas da religião católica se impor na sociedade.
O barro era o material mais utilizado nas esculturas sagradas, graças à facilidade de mão-de-obra que ele oferece. Já a pedra-sabão foi bastante utilizada na feitura de portadas e frontões das igrejas. No século XVIII o material mais utilizado foi a madeira de cedro – árvore abundante em Minas Gerais.


Igreja em Ouro Preto

Fonte: http://www.multarte.com.br/

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