Segunda edição do evento é realizada no Pavilhão das Culturas Brasileiras
Semana de Arte de SP - Denise Andrade / Divulgação
Uma das primeiras sedes fixas da Bienal de São Paulo, o Pavilhão das Culturas Brasileiras recebe, até segunda-feira, a segunda edição da Semana de Arte de São Paulo, que reúne 43 galerias brasileiras e quatro internacionais, cinco a mais do que a edição de 2017. Idealizada pelos galeristas Luisa Strina e Thiago Gomide, o superintendente da Fundação Iberê Camargo, Emilio Kalil, e com consultoria do curador Ricardo Sardenberg, a feira de arte retoma as raízes da Bienal, ao mudar de data e local (a primeira edição foi realizada no Hotel Unique) para coincidir com o principal evento de arte no Brasil, que terá abertura no dia 7 de setembro.
Um dos prédios do conjunto projetado por Oscar Niemeyer na década de 1950 (entre eles, o próprio Pavilhão da Bienal), o espaço foi ocupado por anos por um órgão da prefeitura e só em 2017 voltou a receber exposições.
— É um prédio menor, com uma escala mais humana, que se adequa bem ao tamanho da Semana de Arte — observa Sardenberg.
No preview para a imprensa e convidados, galeristas festejavam a presença de colecionadores e representantes de instituições que adiantaram sua vinda para a Bienal para conferir a feira. Um reforço bem-vindo em um momento que o mercado ainda sente os efeitos da crise financeira e enfrenta problemas administrativos como a mudança da interpretação de concessionárias que administram aeroportos sobre a taxa de armazenagem de obras de arte, anteriormente cobrada por peso e atualmente levando em conta o valor de mercado de cada obra.
— Essa interpretação certamente vai cair, depende só de uma mudança de redação nos contratos, mas enquanto isso ela segue causando muito prejuízo — ressalta Kalil. — Parece até que existe um repúdio oficial ao patrimônio cultural. É um setor que deveria ser estimulado, mas tudo o que pode atrapalhar o mercado acontece.
As galerias foram divididas a partir das propostas de diálogos sugeridas pelo curador mexicano Pablo León de la Barra (leia texto acima). Dois representantes do protagonismo negro na produção nacional destacado pelo mexicano, Dalton de Paula e Ayrson Heráclito se encontraram no espaço que suas galerias (Sé e Portas Villaseca, respectivamente) dividiam no pavilhão.
— Em fevereiro, estive na Trienal do New Museum (Nova York) e estas questões estavam em alta. A representatividade está sendo debatida no mundo todo, não só no Brasil — comenta Dalton.
— É bom conquistar mais visibilidade, mas é importante firmar essas presenças nos acervos das instituições e no mercado, ampliar os espaços nas galerias e nas grandes coleções — complementa Heráclito.
Entre as galerias que participaram da primeira edição da Semana de Arte e voltaram este ano está a Luhring Augustine, de Nova York, que novamente apresenta obras de Tunga.
— Ano passado estávamos com um conjunto de trabalhos diferente, mas voltamos com Tunga pela referência de suas obras na Bienal deste ano — conta Donald Montenegro, diretor da galeria. — Ano passado fomos bem, ainda é cedo para dizer se isso vai se repetir esse ano. Nossa primeira expectativa é fazer bons contatos, conversar com colecionadores, e ver o que acontece.
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