sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Artistas se Divertem, em São Paulo uma exposição na Praça Adolpho Bloch

Artistas se Divertem | Praça Adolpho Bloch

Foto: Anderson Jacob
Foto: Anderson Jacob
“O brinquedo é a primeira introdução da infância à arte, ou melhor, é para ele a sua primeira realização.” Foi inspirado nesta afirmativa do poeta e teórico francês Charles Baudelaire (1821 – 1867) que o curador Marc Pottier construiu a narrativa da exposição coletiva Artistas se Divertem, em exibição partir de 08 de fevereiro na Praça Adolpho Bloch. Apoderados do assunto, os artistas convidados para a mostra introduzem elementos lúdicos a fim de revelar uma arte vista como jogo – uma forma de contestar o mercado e as instituições. Celebrando a liberdade do jogo e do artista, o recorte de obras exalta a espontaneidade como método de criação.
Nomes como Ciro Schu, Laura Belém, Marcos Amaro e Rizza integram a exposição, que é um resgate à infância e aos brinquedos. De forma lúdica, as 11 obras expostas na praça, localizada no Jardim América, são um convite à diversão de quem frequenta o espaço. Compartilhada por adultos e crianças, a Praça Adolpho Bloch abriga até o fim de 2020 o projeto Circular – Arte na Praça Adolpho Bloch, que prevê três exposições coletivas ao ar livre, com objetivo de tornar a arte mais acessível.
Em sua segunda edição, a mostra incorpora esculturas à paisagem urbana seguindo a temática com nove projetos inéditos, pensados exclusivamente para o espaço. Um dos destaques da exposição é o trabalho de Ciro Schu, artista paulistano que busca inspiração nos traços e signos dos povos originários, mesclando arte milenar e tradicional com expressões da vida contemporânea. Para este projeto, ele desenvolveu a obra Balanço, que ressignifica um balanço para crianças, construindo uma escultura que convida o espectador a repensar sobre a inconstância da trajetória humana.
Estudo para Planta, de Laura Belém, é outra obra inédita pensada para a praça. Trata-se de uma instalação com seis elementos escultóricos de ferro que se assemelham a suportes de plantas, contornados por mangueiras coloridas. O resultado são formas bidimensionais que surgem no espaço como trepadeiras. O trabalho dialoga com o ambiente da praça, conectando-se com o jardim e com a vegetação circundante e trazendo à tona a memória afetiva da casa, de forma a evocar o lúdico e o humor nos visitantes.
Já a artista Rizza apresenta a obra A Criação, composta um cubo de grandes proporções que ora parece emergir da grama, ora parece equilibrar-se nela. O elemento geométrico é uma constante na trajetória da artista, que pesquisa relações energéticas e cosmológicas, a partir de estudos de ancestralidade. Enquanto isso, Marcos Amaro, artista plástico e mecenas à frente da FAMA, em Itu, brinca com fuselagens de avião em um resgate à sua infância e história por meio da obra O Descanso do Feno.
Para o curador, diferentes interpretações de brincadeira associada à arte dão o tom da mostra. “O jogo vira arte. Encontramos as origens desse postulado a partir do século XVIII, em que se baseava no culto à criança, de quem os artistas honravam e invejavam a espontaneidade”, finaliza Pottier.
Artistas: Ale Gabeira, Bruno Novaes, Ciro Schu, Laura Belém, Marcos Amaro, Rizza, Rodrigo Sassi, Rosilene Fontes e Wagner Malta Tavares.
Com a participação de: Construtora Adolpho Lindenberg e Kura Arte.
Patrocínio: Sabesp.

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