Um dos destaques da mostra é a estátua da deusa
Sekhmet, medindo 2 metros de altura e meia tonelada, datada em
aproximadamente 1390 e 1353 a.C.
Foto: Adriano Alves. Via: TwitterAs antigas
civilizações atraem a pesquisa e a imaginação, no caso da egípcia existe
interesse especial pelos seus mistérios, pirâmides, sarcófagos, hieróglifos
entre tantos aspectos reveladores de um povo e de uma época marcante do mundo.
A mostra “Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade” no CCBB deve ser apreciada em todos os detalhes, reunindo 140 peças que fazem parte do riquíssimo acervo do Museu Egípcio de Turim,
localizado no Piemonte, na Itália, considerado o segundo maior acervo
do mundo sobre o apaixonante tema com 26.500 peças, sendo superado
somente pelo Museu do Cairo.
Percorrer o
espaço e observar as esculturas, as pinturas, os amuletos, os objetos do
cotidiano, os sarcófagos e as múmias é extremamente revelador, percebe-se a
sutileza e o refinamento das peças expostas, a elegância do design de itens do
cotidiano, a pureza da linha, da concepção de uma civilização em que a estética
ganhava espaço na sua dimensão plena.
No Rio, a mostra atraiu 1,4 milhões de pessoas, tendo em vista o
fabuloso espaço da sede carioca bem mais amplo que o paulistano, que tem
salas recortadas num reduzido campo de circulação.
Peça da mostra “Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade”, no CCBB de São PauloEm 2001, aconteceu a instigante mostra A Arte no Egito no Tempo dos
Faraós, no Museu de Arte Brasileira da FAAP com 56 peças provenientes do
Museu Louvre e no mesmo ano o MASP abriu a mostra Egito Faraônico,
Terra dos Deuses, ambas foram intensamente comentadas e visitadas.
A atual, porém, faz uma incursão mais incisiva, perscruta aspectos
sutis da época dos faraós, estimulando o aprofundamento da pesquisa
histórica envolvendo sensibilidade e estética de uma civilização que tem
muito a revelar no amago dos seus significados mais profundos.
O Egito
Antigo surgiu no IV milênio a.C. e teve seu término com a conquista árabe, que
representa o final da época copta em 641 da nossa época. O Egito é na realidade
um longo oásis cercado por desertos, o rio Nilo é a essência da vida, dando
ritmo e fertilidade ao solo, com um sistema de irrigação eficiente para uma
produção agrícola notável.
A presença
divina com a sua multiplicidade de deuses é refletida em todos os pormenores,
dos objetos simples do cotidiano aos mais imponentes e requintados exemplos de
arquitetura e escultura, passando por uma ampla gama de peças excepcionais que
espelham a originalidade e a criatividade de uma civilização que exerce
fascínio.
Via: Quanto Custa ViajarUm dos destaques da mostra é a estátua da deusa Sekhmet, uma
divindade guerreira com cabeça de leoa com 2 metros de altura e meia
tonelada, realizada com uma rocha especial, chamada granodiorito e tendo
como época os anos 1390 e 1353 a.C. aproximadamente. A peça
está colocada estrategicamente num espaço bem apropriado, sendo
apresentada com uma placa de compensado coberta com folhas de ouro, uma
nobre presença que impressiona o visitante.
No térreo
foi montada uma réplica da pirâmide de Gizé, com aproximadamente 6 metros de
altura, produzida aqui mesmo, para criar um impacto visual no hall de entrada
do CCBB. A peça tem uma superfície feita de isopor em tiras, pintadas com a
mesma cor das imponentes construções egípcias.
Uma outra
atração especial é sem dúvida alguma o conjunto de itens formado por
esculturas, caixões e uma múmia humana de uma mulher chamada Tararo, com 1,50
metro de altura, que viveu ao redor de 700 anos a.C., foi contemporânea da 25º
dinastia, apesar de não ser da realeza, seu nível social era bem alto.
Possivelmente a múmia é proveniente da Necrópoles de Tebas, região situada a
leste do rio Nilo.
Do período greco-romano (322 a.C. – 395 d.C.) chama a atenção do
visitante o Livro dos Mortos, um papiro medindo 17,5m X 303cm em
perfeito estado de conservação, uma peça notável ao lado de tantas
outras, como a curiosa sandália que corresponde aos anos 1750 e 332
a.C., bem arrojado na concepção com um leve toque fashion.
Réplica de um templo egípcio – Foto: Brunella NunesOs antigos egípcios tinham um objetivo bem definido, conservar seus
mortos com a perspectiva de uma vida futura, mumificavam até animais
como gatos, pois acreditavam que tinham poderes sagrados.
A mostra é dividida em três seções: Vida Cotidiana, Religião e
Eternidade dando uma visão das características culturais de um povo com
tradições e mistérios a serem pesquisados e estudados continuamente.
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