
A mostra “Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade” no CCBB deve ser apreciada em todos os detalhes, reunindo 140 peças que fazem parte do riquíssimo acervo do Museu Egípcio de Turim, localizado no Piemonte, na Itália, considerado o segundo maior acervo do mundo sobre o apaixonante tema com 26.500 peças, sendo superado somente pelo Museu do Cairo.
Percorrer o espaço e observar as esculturas, as pinturas, os amuletos, os objetos do cotidiano, os sarcófagos e as múmias é extremamente revelador, percebe-se a sutileza e o refinamento das peças expostas, a elegância do design de itens do cotidiano, a pureza da linha, da concepção de uma civilização em que a estética ganhava espaço na sua dimensão plena. No Rio, a mostra atraiu 1,4 milhões de pessoas, tendo em vista o fabuloso espaço da sede carioca bem mais amplo que o paulistano, que tem salas recortadas num reduzido campo de circulação.

A atual, porém, faz uma incursão mais incisiva, perscruta aspectos sutis da época dos faraós, estimulando o aprofundamento da pesquisa histórica envolvendo sensibilidade e estética de uma civilização que tem muito a revelar no amago dos seus significados mais profundos.
O Egito Antigo surgiu no IV milênio a.C. e teve seu término com a conquista árabe, que representa o final da época copta em 641 da nossa época. O Egito é na realidade um longo oásis cercado por desertos, o rio Nilo é a essência da vida, dando ritmo e fertilidade ao solo, com um sistema de irrigação eficiente para uma produção agrícola notável.
A presença divina com a sua multiplicidade de deuses é refletida em todos os pormenores, dos objetos simples do cotidiano aos mais imponentes e requintados exemplos de arquitetura e escultura, passando por uma ampla gama de peças excepcionais que espelham a originalidade e a criatividade de uma civilização que exerce fascínio.

No térreo foi montada uma réplica da pirâmide de Gizé, com aproximadamente 6 metros de altura, produzida aqui mesmo, para criar um impacto visual no hall de entrada do CCBB. A peça tem uma superfície feita de isopor em tiras, pintadas com a mesma cor das imponentes construções egípcias.
Uma outra atração especial é sem dúvida alguma o conjunto de itens formado por esculturas, caixões e uma múmia humana de uma mulher chamada Tararo, com 1,50 metro de altura, que viveu ao redor de 700 anos a.C., foi contemporânea da 25º dinastia, apesar de não ser da realeza, seu nível social era bem alto. Possivelmente a múmia é proveniente da Necrópoles de Tebas, região situada a leste do rio Nilo. Do período greco-romano (322 a.C. – 395 d.C.) chama a atenção do visitante o Livro dos Mortos, um papiro medindo 17,5m X 303cm em perfeito estado de conservação, uma peça notável ao lado de tantas outras, como a curiosa sandália que corresponde aos anos 1750 e 332 a.C., bem arrojado na concepção com um leve toque fashion.

A mostra é dividida em três seções: Vida Cotidiana, Religião e Eternidade dando uma visão das características culturais de um povo com tradições e mistérios a serem pesquisados e estudados continuamente.
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